Depois de fazer a atividade do Mapa Contorno, o pessoal se movimentou para escrever textos de reinvidicação a respeito de problemas socioambientais encontrados nos bairros:
Meu nome é Arjuna Dantas Lacerda, morro na Vila Penteado, na Rua Manuel Antonio Fonseca.
Lá tem um terreno que muitas pessoas jogam lixo em um terreno aberto, e a prefeitura já foi lá e ocorre acordos com os moradores, mas não tem fiscalização e todo mundo jogo muito lixo, já vi sofá, armários, entulho, e etc.
Eu acho que deveria ter fiscalização e a consciência das pessoas também, mas não há!
Pegue esse sofá q você não vai mais usar doe para alguma pessoa, para você o sofá não presta para mais nada e para outras pessoas, pode ser reaproveitado, e também deveria ter uma lei sobre esse assunto e se já tem era para ter fiscalização e se esse terreno for da prefeitura para eles construirem alguma coisa, e se for de alguma pessoa que o governo cobre essa pessoa porque não está cuidando do terreno.
Diagnóstico
As questões negativas do bairro que moro, referem-se a problemas sociais e urbanísticos. A partir de um visão geral, foi identificado:
Muito lixo na região, principalmente, próximo ao elevado Costa e Silva.
Barulho por causa do grande fluxo de carros e ônibus.
Área com galpões abandonados.
Cortiços e má conservação de algumas casas na região.
Alto índice moradores de ruas.
Um dos primeiros problemas que poderiam ser resolvido é a questão do lixo na região. O que pode ser feito é uma conscientização quanto ao problema do lixo com os moradores . Divulgações sobre a coleta seletiva e consumo consciente.
Nesta oficina realizamos uma atividade de Mapa Contorno para o mapeamento e diagnóstico dos bairros em que moramos. Eu, como uma paulistana há tanto tempo morando no interior, já tinha até me esquecido de algumas diferenças básicas entre a cidade monstruosamente grande e a simplicidade de se viver em um lugar com menos de 300 mil habitantes.
Foi aí que um dos participantes, ao verificar os limites do bairro usando o Google Maps, me chamou a atenção para a diferença entre os quarteirões do bairro dele aqui em São Paulo e os quarteirões do bairro em que eu moro lá em São Carlos na foto de satélite. E quanta diferença!!
Aqui em São Paulo os quarteirões são irregulares, enquanto em São Carlos os quarteirões são quadradinhos e bem delimitados. Aqui em São Paulo quase não se consegue diferenciar os limites entre os telhados das casas vizinhas, de tão próximos uns aos outros, enquanto em São Carlos todos os telhados estão separadinhos e bem reconhecíveis.
Isso mostra, na minha opinião, como a cidade de São Paulo cresceu de repente, sem muito planejamento, e sem levar em consideração a qualidade de vida das pessoas que moram nestes lugares. E no fim, aqui as pessoas têm tantas coisas para se preocuparem e pensarem, que nem percebem como a cidade participa para seu cansaço físico e mental, para a sensação que se tem de simplesmente não se pertencer à lugar nenhum que não seja apenas no interior da nossa própria casa. Afinal, a cidade é NOSSA!! Toda ela. Não só a nossa casa. É aqui que a gente vive, que a gente trabalha, que a gente se diverte, que a gente sofre... É por isso que exercícios como este de ver as coisas de um modo diferente (como através de uma foto de satélite do Google Maps) é tão importante.
Essa foi a minha casa por muitos anos. Ainda é a minha cidade, porque foi aqui que eu cresci. Mas agora tenho uma outra cidade que me acolheu, onde eu trabalho, moro, me divirto e sofro. Perceber como pode ser o futuro de São Carlos se medidas de urbanização sérias e responsáveis não forem tomadas (principalmente com relação ao trânsito cada dia mais caótico) me faz ter certeza da importância da mobilização das pessoas, para que todas possam perceber que têm direito a se manifestar pelos seus direitos e pelo que acreditam, assim como nós estamos fazendo agora!
Luciana Jatobá
Nenhum comentário:
Postar um comentário