Hoje é o segundo dia da Oficina TecnoReciclagem no SESC Pinheiros. Ontem pela manhã desenvolvemos atividades relacionadas à teoria sobre o conceito de tecnoreciclagem, quando os participantes tiveram o primeiro contato com os equipamentos criados por meio do reuso de materiais.
Agora estamos produzindo áudios e imagens da cidade de São Paulo e discutindo os resultados, ao mesmo tempo em que disponibilizamos algumas fotografias e sons captados por meio dos equipamentos alternativos apresentados na Oficina. Ainda que as criações da tecnoreciclagem tenham surgido a partir da necessidade de solucionar situações em ambientes naturais, elas podem perfeitamente ser adaptadas e usadas em áreas urbanas.
Dalmir fotografa utilizando o apoio de câmera feito a partir de uma tábua de construção e o filtro de densidade variável.
(foto: Daniel De Granville)
(foto: Daniel De Granville)
Dalmir Ribeiro Lima, um dos participantes que completou a Oficina, trabalha com produção de documentários, dentre outras atividades profissionais. Duas das soluções alternativas apresentadas chamaram sua atenção: a proteção contra chuva utilizando filme plástico para alimentos e o shock mount para microfone feito a partir de sucatas como latas de milho, cabos de ferramentas e pedaços de câmera de ar de bicicleta. “Recentemente gastei dinheiro comprando um shock mount, pois percebi o problema dos ruídos na manipulação do microfone durante minhas gravações. Se soubesse antes desta alternativa caseira, certamente teria economizado. Agora vou fazer um pra mim em casa”, diz. E completa: “a mesma coisa com a proteção da câmera com filme plástico. Esses dias deixamos de filmar por causa de uma chuva fraca, da próxima vez já sei como fazer...”.
As duas fotografias de paisagem mostradas aqui foram feitas usando o filtro de densidade neutra montado com um polarizador linear sobreposto a um polarizador circular, o que permite utilizar velocidades de disparo muito baixas mesmo sob a luz do meio do dia. Somente desta maneira foi possível captar o movimento das nuvens e “apagar” da fotografia um avião que passava.
Os dois riscos verticais no meio da foto são o registro de um avião que cruzou o céu durante os 4 segundos em que o obturador da câmera estava aberto. Abertura f/22, horário 11h54.
(foto: Dalmir Ribeiro Lima | Daniel De Granville)
Com um tempo ainda maior de exposição (30 segundos, f/22), em pleno meio-dia foi possível registrar o deslocamento das nuvens, enquanto o avião que passou no mesmo momento não deixa qualquer vestígio.
(foto: Dalmir Ribeiro Lima | Daniel De Granville)
(foto: Dalmir Ribeiro Lima | Daniel De Granville)
Com um tempo ainda maior de exposição (30 segundos, f/22), em pleno meio-dia foi possível registrar o deslocamento das nuvens, enquanto o avião que passou no mesmo momento não deixa qualquer vestígio.
(foto: Dalmir Ribeiro Lima | Daniel De Granville)
Já na gravação de áudio, captada com o microfone montado em um guarda-chuva que faz a vez de uma parábola, é interessante notar como a intensidade dos sons varia conforme o equipamento é direcionado. Podemos ouvir o rangido dos exaustores eólicos no telhado da indústria vizinha, barulhos do trânsito, vozes e finalmente um avião voando sobre nossas cabeças. Praticamente o tempo todo há um ruído constante e proposital de algo batendo na madeira, é interessante notar como este som oscila em função do posicionamento da parábola.
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